terça-feira, 13 de novembro de 2007

Fotos do estágio(breve mais)







































































































Projeto do Estágio de Regência( Angélica Dourado Colpo & Danilo Pereira da Rocha)

JUSTIFICATIVA


Para concretizar este projeto, foi efetivado o estágio de observação, nos dias 1, 2 e 5 de outubro na sala do grupo três, crianças de três anos, da Creche Mãe Du (Ibititá) – onde será realizado o estágio - com objetivo de conhecer suas especificidades, sua dinâmica e assim poder selecionar possíveis temáticas e metodologias para este projeto de regência.

A turma possui 25 alunos, sendo 11 meninas e 14 meninos. Apesar de a creche ter um espaço externo amplo, com jardim, brinquedoteca, que no momento não tem brinquedos, quadra para atividades físicas, a salas de aula tem um espaço muito limitado, o que compromete a realização de algumas atividades.

No primeiro dia da observação deparamos com um fato que nos instigou a reflexão de como as pequenas ações do cotidiano pode acarretar em atos preconceituosos. A professora pediu para as crianças que dessem as mãos para brincarem de roda. Pórem uma aluna recusou-se a dar a mão a um colega, reclamando que na mão dele, ela não seguraria. O colega era negro e suas roupas estavam maltrapilhas.

Este fato nos fez observar mais atentamente as ações dos alunos, e percebemos quanto o preconceito étnico e econômico esta enraizada em alguns alunos daquela turma. Partindo do contexto observado, traremos como proposta de trabalho a temática respeito à diversidade.

Portanto, o contato com esta temática proporcionará aos alunos conhecimentos sobre o conceito de diversidade, possibilitando meios para que possam compreender as diferenças, podendo então respeitá-las.


OBJETIVOS


Objetivo Geral

*Promover o desenvolvimento de atitudes de respeito à diversidade

Objetivos Específicos dos Estagiários

*Possibilitar situações de comunicação oral, onde os alunos possam interagir expressar desejos e sentimentos;
*Promover situações de aprendizagens significativas;
*Promover a interação estagiários-alunos, aluno-aluno, comunidade-aluno;

Objetivos Específicos para os Alunos

*Respeitar as diferenças individuais;
*Respeitar regra de convivência social;
*Participar das atividades propostas pelos estagiários;
*Expressar-se através da linguagem oral e da linguagem dos desenhos;
*Brincar;

Objetivo de pesquisa

*Compreender como a educação pode contribuir no desenvolvimento de atitudes de respeito à diversidade



FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA


No momento em que as crianças chegam à escola, atitudes preconceituosas freqüentemente já estão se desenvolvendo. Crianças bem pequenas aprendem a distinguir membros de diferentes grupos. Podem também desenvolver idéias estereotipadas de como são os membros de grupos diferentes, desenvolverem simpatias ou antipatias por alguns grupos, e aprender a agir diferentemente em relação a membros daquele grupo: podem adquirir preconceitos.

Durante seu processo inicial de socialização as crianças aprendem a fazer avaliações, estas se vinculam aos rótulos apesar das crianças terem pouca idéia de que o rótulo significa. Allport (apud, STROMMEN, 1986) chama isso de aprendizagem pré-generalizada porque as avaliações precedem à compreensão clara daquilo que o rótulo significa. Através da aprendizagem pré-generalizada, as crianças são frequentemente instruídas a ter sentimentos negativos a respeito do rótulo uma vez aprendido.

Strommen identifica duas formas de preconceito: o endêmico e o patológico. Preconceito endêmico se refere às atitudes preconceituosas que são amplamente sustentadas e tomadas como certas por qualquer grupo de pessoas. As crianças que crescem no contexto de preconceito endêmico aprendem atitudes preconceituosas assim como aprendem uma quantidade de outras atitudes; tal aprendizagem é, com efeito, parte da socialização em sua cultura. Assim, as crianças podem nem ter consciência de como adotaram as medidas endêmicas.

O preconceito patológico se refere às atitudes preconceituosas que são parte de uma estrutura da personalidade individual. Essas não são apenas atitudes isoladas que o individuo aprendeu e pode desaprender, mas sim parte integral de uma rede muito mais ampla de atitudes e atributos de personalidade. As crianças preconceituosas já mostram muitos atributos autoritários. Estas crianças provavelmente rejeitarão qualquer coisa que acreditem ser fraca ou diferente; e pareceram amedrontadas e desconfiadas dos outros e carecem de confiança nelas próprias.

Tendo em mente que a sala de aula é uma grande rede de interações sociais e que essas têm forte influência na construção dos preconceitos, mas também pode influenciar na redução e/ou eliminação destes. Desta forma, a escola tem papel fundamental porque nela acontecem interações dirigidas por intermédio do professor para o desenvolvimento da criança.

Eliane Cavalleiro revela a difícil situação das crianças negras nos anos iniciais da escolaridade. Segundo ela, as crianças pequenas desde cedo interiorizam idéias preconceituosas que incluem a cor da pele como elemento definidor das qualidades pessoais. Fazendo par com essa injustiça os professores ou não sabem lidar com o problema e se calam ou ajudam a discriminar com ações, palavras e atitudes. Mas, esta relação professor e aluno devem ser construídos por uma rede de ricas interações onde cada um, a sua maneira, possa dar sua contribuição, recebendo apoio e ajuda para se desenvolver e aprender.

Para Eliane, a escola ensina a criança negra a silenciar, o que chama de “aprendizado de silêncio”, na medida em que se omite nos conflitos entre as crianças. Assim, a escola através dos professores das crianças pequenas que se negam promover a atitude de manifestações de respeito, reforça os estereótipos e preconceitos.

Portanto, com objetivo de promover ações de políticas afirmativas para a população negra, a Lei 10.639/2003, traz uma proposta de levar a sociedade à reflexão sobre as responsabilidades de educadores e formadores na produção de novas metodologias e práticas pedagógicas buscando uma sociedade livre de preconceito.



METODOLOGIA


Partindo do pressuposto de que o ser humano é um ser social, que se constrói a partir das interações que realiza durante sua vida. E que a escola possui uma enorme responsabilidade na formação dos indivíduos da espécie humana. Sendo esta responsabilidade ainda maior na Educação Infantil, por atingir crianças de zero a seis anos, período onde a criança constrói sua identidade.

Este projeto se desenvolverá com o uso de metodologias que possibilitem uma maior interação entre os alunos, professores – alunos, comunidade escolar – alunos, possibilitando assim o desenvolvimento de atitudes de respeito à diversidade, e desta forma também a construção da identidade destes alunos.

Pensando a partir da responsabilidade da escola na formação do ser humano, é que temos a certeza de como o planejamento é essencial para um bom desenvolvimento das atividades. Para que assim possam-se alcançar os objetivos pensados para Educação Infantil, e para este projeto.

Desta maneira, traremos para a sala materiais que possibilitem a interação: professores – alunos, alunos – alunos. Além de brincadeiras que estimulem o desenvolvimento do respeito, a cooperação e a interação. A literatura infantil terá um importante papel neste projeto, através dela entraremos no universo infantil, falaremos sua linguagem, e teremos um contato mais próximo com as crianças.

Serão utilizados elementos tecnológicos, como a televisão e o DVD, que estão presentes no dia - a - dia das crianças, sempre articulados com os objetivos deste projeto. Também serão utilizados “os amigos”, duas caixas que estarão sempre de mãos dadas, uma representará a figura de uma menina negra, e a outra de um menino branco, elas trarão alguns atividades para os alunos, tornando mágico, divertido e prazeroso o aprendizado.



AVALIAÇÃO

Para avaliação dos alunos utilizaremos neste projeto as recomendações da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e do Referencial Nacional Curricular para Educação Infantil (RCNEI). Segundo a LDB no seu artigo 31, a avaliação far-se-á mediante o acompanhamento e o registro de desenvolvimento do aluno, sem o objetivo de promoção, mesmo para o ensino fundamental.

Na avaliação é um elemento indissociável do processo educativo que possibilita ao educador definir critérios para planejar as atividades e criar situações de aprendizagem. (RCNEI v.1, 1998, p. 58) Durante o estágio de regência a avaliação irá possibilitar alterações no planejamento das atividades e acompanhar o desenvolvimento dos alunos.

Existe varias maneiras de fazer o registro avaliativo, entre elas a gravação de áudio e vídeo, produção das crianças, fotografias etc. Utilizaremos em nosso projeto um relatório individual, que será semanal do desenvolvimento dos alunos. O relatório será elaborado a partir das orientações do RCNEI e dos objetivos deste projeto.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Terceira Idade: um reconhecimento necessario, mostrando o passado, construindo o presente.

INTRODUÇÃO


A proposta do 5° semestre do curso de Pedagogia, do Campus XVI – Irecê, em parceria com a Secretaria de Ação Social do município de Ibititá, teve o propósito de desenvolver uma oficina com intuito pedagógico, com o “Grupo Melhor Idade de Ibititá”, para afirmação quanto sua diversidade, cultura e história. Esta foi realizada no dia 03/08/2007, no município de Ibititá.

OBJETIVOS

•Fortalecer os laços de afetividade via dialogo, integração e discussão;
• Promover a identidade dentro da diversidade cultural;
• Adotar atitudes de respeito pelas diferenças entre as pessoas, repudiando injustiças e discriminações;
• Refletir criticamente sobre os valores morais, buscando sua legitimidade na realização de atividades comprometidas com o bem comum;



DESENVOLVIMENTO

Visita e observação ao local de exposição dos objetos culturais da época, com a leitura da poesia “Bola de gude, boneca de milho” (Núbia Paiva); (fazendo um paralelo entre traços culturais do ontem/hoje identificando semelhanças e diferenças).







Retornaram a sala da oficina e a clientela foi convocada a emitir pontos de vista, opiniões e experiências.















Encenação das várias práticas da época. Os grupos foram divididos e encenaram temas como: casamento, brincadeira, namoro, escola, trabalho, festas e outras experiências.


















DISCENTES E ORIENTADORA


Angelica, Danilo(EU), Joice, Soraia, Conceição(orientadora), Daiane, Vandilce.







































segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Relatorio do estagio de observação

Introdução

“Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisaras passar, para atravessar o rio da vida – ninguém, exceto tu, só tu”. (Nietzsche apud Meyer, 2007).


Este trabalho é o relato do meu estagio de observação, que ocorreu no período de 26/03 à 17/05/2007, durante o meu quinto semestre no curso de Pedagogia, na Universidade do Estado da Bahia (UNEB). No inicio do semestre a professora da disciplina Pesquisa e Estagio, Joelma Bispo, nos pediu para redigir um texto com nossa opinião sobre o que seria docência, na época escrevi:

“Docência é o ato de educar, não apenas no sentido de mediar o educando com o conhecimento sócio-historicamente construído, mas também educar como ser humano para que ele possa construir seus valores e sua identidade.”

Acredito que a educação – em especial a educação escolar – não deve ser uma fabrica de formar seres iguais. A educação deve propiciar aos indivíduos meios para a construção de sua identidade, e isso só será possível se esse educador tiver definido sua identidade profissional. Selma Garrido Pimenta (2000) aponta a importância de construir a identidade profissional do educador, não como imutável, pois a profissão docente tem um caráter dinâmico como pratica social. Para ela é na leitura critica da profissão diante das realidades sociais que se buscam os referenciais para modificar a identidade profissional.

Ainda não exerço a profissão docente, por isso este estagio é a primeira ponte que construo para formar a minha identidade profissional. Dessa forma este relatório traz pontos importantes que observei na Educação Infantil, no Ensino Fundamental e no Espaço não-formal de educação. Pontos necessários para construção da minha identidade profissional.

Educação Infantil

A Educação Infantil (EI) é, segundo a LDB em seu artigo 29, a primeira etapa da educação básica, tendo como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social. Minhas observações na EI foram feitas na Creche Mãe Dú, na cidade de Ibititá, nos dias 23 e 24/04/2007. O estabelecimento atende crianças de três a seis anos de idade, consistindo assim de creche e pré-escola. A Creche Mãe Dú é um estabelecimento municipal, possui sete salas, uma brinquedoteca, um refeitório, um pequeno teatro, uma quadra desportiva, além de cozinha, secretaria e banheiros.

Observei o grupo 4 – crianças de quatro anos – que segundo Jean Piaget está no período pré-operacional. Clara Regina Rappaport (1981) vem nos ajudar a entender como é essa criança:

“Teremos, então uma criança que a nível comportamental atuará de modo lógico e coerente (em função dos esquemas sensorial-motores adquiridos na fase anterior) e que a nível de entendimento da realidade estará desequilibrada (em função da ausência de esquemas conceituais).

O egocentrismo se caracteriza, basicamente, por uma visão da realidade que parte do próprio eu, isto é, a criança não concebe um mundo, uma situação da qual não faça parte, confunde-se com objetos e pessoas no sentido de atribuir a eles seu próprio pensamento, sentimento, etc.” (p.68).


O grupo possui dezoito alunos, sendo onze meninos e sete meninas, nenhum era portador de necessidade especial. Quanto aos números de alunos negros eu e uma colega que observava no mesmo grupo, travamos um debate sobre o caracteriza uma pessoa como negra. Acredito que o caracteriza uma pessoa como negra é seu sentimento de pertença e de identidade, por isso não apresentarei esse dado. A relação entre as crianças era boa, não foi observado nenhum atrito entre elas.

As crianças chegam à creche às oito horas, durante meia-hora brincam livremente, após participam da abertura com as professoras, e em seguida vão tomar café. As atividades em sala de aula começam por volta das nove horas. A sala do grupo 4 possui duas grandes mesas, cada uma com dois grandes bancos. As crianças ao entrar escolhem a onde querem sentar, e como não ficam quietos, está sempre trocando de lugar, o que facilita a interação entre elas.

A primeira atividade em sala de aula foi à hora da roda, que acontece no cantinho da leitura, e teve como leituras os textos “É meu e não empresto” de autor não especificado pela professora e “O sapo e o boi” de Jean de La Fontaine. De Vires e Zan (1998) dizem que de todas as atividades realizadas em sala de aula, a hora da roda pode ser mais importante, em termos da atmosfera sócio-moral, esta é definida por elas como sendo toda rede de relações interpessoais em uma sala de aula. Os textos lidos, o comportamento da professora em relação aos alunos e dos alunos entre si, me faz acreditar que aquele era um ambiente de cooperação.

As atividades seguintes, em ambos os dias envolveram principalmente o letramento, que sempre partia de um texto lido pela professora, no primeiro dia o texto foi à poesia “A foca” e no segundo o texto “Minha Boquinha”, e depois era contextualizada com o nome das crianças. Os alunos são informados a cada atividade do que irão fazer, e os materiais usados são entregues pela professora.

Uma das atividades que mais me chamou a atenção aconteceu no segundo dia de observação, a temática do dia era a boca, o que envolvia também o paladar. A professora pediu que os alunos se colocassem junto à parede do quadro e fechassem os olhos, ela em seguida colocou na boca deles – café, sal, limão e bala para as crianças poderem diferenciar os sabores, e a partir daí saber reconhecer eles. A maioria das crianças não soube explicar qual era a diferença entre os gostos, e quase nenhum – ou melhor, nenhum – ficou de olhos fechados até o fim da atividade, mas todos adoraram a bala.

Tentei encontra na pratica da professora observada nesses dois dias e nas atividades expostas das crianças em sala, resquícios da Educação Ambiental, infelizmente não os encontrei. A seguir trago o relato de minhas observações no Ensino Fundamental, da tentativa – e do desejo – de encontra a Educação Ambiental.

Ensino Fundamental


O ensino Fundamental (EF) tem por objetivo – que é explicitado no artigo 32 da LDB – a formação básica do cidadão, mediante principalmente o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do calculo. As principais diferenças entre a Educação Infantil e do Ensino Fundamental estão no tempo de permanência da criança nesse segmento da educação, e na organização dos conteúdos em disciplinas especiais que na maioria das vezes não dialogam entre si.

Minhas observações no EF foram feitas na cidade de Ibititá, na Escola Hermano Marques Dourado, nos dias 7 e 8/05. A escola é uma instituição municipal, possui sete salas, e uma área livre grande e bastante arborizada. Observei a segunda serie, a turma possuía quatorze alunos, sendo nove meninas e cinco meninos, com sete, oito e nove anos, que segundo Jean Piaget está no período das operações concretas. Para Rappaport - explicando Piaget - temos uma criança que caminha lenta, mas decisivamente, de um estado de indiferenciação, de desorganização do pensamento e da autocentralização, para uma compreensão lógica e adequada da realidade que lhe permite o perceber-se como um individuo entre outros.

De acordo com Henri Wallon, estas crianças encontram-se no estagio categorial de desenvolvimento, que é explicado por Suely Aparecida Amaral:

Nesse período, a criança continua a se desenvolver, tanto no plano motor como no afetivo, mas as características do comportamento são determinadas principalmente pelo desenvolvimento intelectual, e é nesse domínio que se pode perceber grandes saltos. A criança aprende a se conhecer como pessoa pertencente a diferentes grupos, exercendo papeis e atividades variadas. Toma conhecimento de suas possibilidades, adquirindo um conhecimento mais completo e concreto de si mesma. (p.52)

As aulas nesta escola iniciam às 8h e terminam às 11h30min, com um intervalo às 10h. A sala em que observei era organizada em filas, as crianças ficavam livres para escolher a onde gostariam de sentar, e escolhiam os lugares próximos dos colegas que tinham maior afinidade. Observei uma leve discriminação dos alunos mais novos para como alunos mais velhos, ouvi a seguinte frase de uma aluna sobre uma colega: “ela é burra! Tem nove anos e nem sabe ler direito”. Uma das conseqüências mais visíveis desta discriminação era que a criança vitima tinha receio de se manifesta na sala. Acredito que o professor não tenha percebido essa discriminação.

As atividades nos dias de observação iniciaram com a correção do dever de casa. No primeiro dia a atividade seguinte foi à leitura da poesia “A borboleta” de autoria não explicita pelo professor. Após o professor ler a poesia, ele pediu que os alunos a copiassem, em seguida foi feito um ditado que funcionava da seguinte maneira: o professor dizia uma palavra, por exemplo, azuis, e pedia para os alunos circularem em seus cadernos, depois do ditado, o professor pediu a voluntária para ir ao quadro circular as palavras do ditado.

Ainda no primeiro dia de observação os alunos criaram uma tira de quadrinhos. As tiras foram feitas com base em piadas do livro didático de português. A atividade foi feita em grupos, tendo como matérias; cartolina, papel ofício, tesoura, cola e lápis de cor. Ouvi certo problema durante a atividade, por que, alguns dos grupos não queriam dividir os lápis de cor, problema que foi contornado pelo professor.

No segundo dia de observação, o professor durante a aula de ciência sobre animais domésticos e selvagens trabalhou um dos pontos da educação ambiental, que é regulamentada no Brasil pela Lei nº. 9.795, de 27 de abril de 1999, nela a educação ambiental é entendida como: “os processos por meio dos quais os indivíduos e a coletividade constroem valores sociais, (...), e competências voltadas para a conservação do meio ambiente”.

Durante, a explicação dos animais selvagens, o professor falou sobre as onças, e um dos alunos disse que as onças serviam para serem caçadas, é comum na cidade de Ibititá os homens saírem para caçar na serra do Uibaí, o professor respondeu ao aluno que não se deveriam caçar os animais, pois eles são necessários para continuidade da vida sobre a terra. Infelizmente, a educação ambiental não é o foco principal e motivador das aulas desse professor.

Espaço Não-formal de Educação

Minhas observações no espaço não-formal de educação foram feitas no Grupo da Terceira Idade, na cidade de Ibititá, que atende pessoas idosas – que são pessoas com idade igual ou superior a sessenta anos, segundo a Lei nº. 10.741/03. Os encontros do grupo acontecem no Centro Geração Emprego e Renda, em uma sala emprestada do programa federal Agente Jovem, é um local pequeno, de fácil aceso, e sem obstáculos físicos que poderiam ocasionar acidentes.

O espaço foi criado para pessoas de ambos os sexos, contudo só é freqüentado por mulheres, há certa recusa dos homens em participar do grupo, fato que pode ser explicado por motivos culturais. O principal objetivo do espaço é inserir o idoso na comunidade proporcionando melhor qualidade de vida, através de ações biopsicosocial, como prevenção e informação relacionadas à saúde, bem-estar físico e mental principalmente do idoso em situação de risco. O termo situação de risco designa idosos com problemas de depressão.

O grupo tem rotina bem definida, mas que pode ser mudada de acordo com os interesses do grupo, a rotina é a seguinte:

1- Oração
2- Atividade em grupo
3- Ensaio (que nos dias da observação foi da quadrilha junina)
4- Intervalo
5- Conversa para enterrar os membros do grupo das atividades, passeios e apresentações.

A atividade em grupo em um dos dias observados, tinha como objetivo reforçar a interação, e agir na auto-estima dos membros do grupo. Antes da atividade foi colocado um papel nas costas de cada membro do grupo, em seguida colocou-se para tocar uma musica, durante a musica elas deveriam escrever nas costas das colegas uma qualidade, após o termino da musica elas socializaram suas qualidades.

O grupo tem papel importante na vida dessas senhoras, auxiliando-as no combate a depressão e na elevação de sua auto-estima, ficando evidente os resultados do grupo através da energia, da fisionomia e do sorriso das senhoras.

O termino da construção da primeira ponte: considerações finais

Observar é olhar (-se) com atenção, com aplicação; é estudar (-se). Neste estagio de observação não olhei apenas os professores e as formas como eles ensinam e como agem com relação aos alunos, antes de tudo eu me olhei. Olhei-me, me observei, me estudei e me imaginei em cada situação, como eu reagiria, como ensinaria...

Sei que a imaginação é muito diferente da realidade e que a construo com base nos conhecimentos que adquiri até o momento, e que muita coisa em mim irá mudar até eu entrar em uma sala de aula para educar.

Educar, essa é a palavra e o ato, tinha muitas duvidas quando entrei na faculdade se era isso que eu queria fazer, e se eu faria bem. Ainda tenho muitas duvidas, mas não se quero fazer isso, por que quero! Se vou fazer bem, vai depender das pontes que vou construir em minha vida.


Referência:

AMARAL, Suely Aparecida. Estágio categorial. IN: MAHONEY, Abigail Alvarenga; ALMEIDA, Laurinda Ramalho. Henri Wallon: psicologia e educação. São Paulo, SP: Editora Loyola, 2000.

BRASIL. Lei nº10. 741. Brasília, 2005.

CRAIDY, Carmem Maria; KAERCHER, Gládis Elise P. da Silva (orgs.). Educação Infantil: pra que te quero? Porto Alegre: Artmed Editora, 2001.

DEVIRES, Rheta; ZAN, Betty. A ética na educação infantil: o ambiente sócio-moral na escola. Porto Alegre: Artes Medicas, 1998.

Lei nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
Disponível <> acessado em: 15/07/2007

Lei nº. 9.745, de 27 de abril de 1999. Disponível em< http://www.lei.adv.br/9795-99.htm > acessado em: 20/07/2006. Acessado

MEYER, Ivanise C. Rezende. Brincar e Viver: projetos em educação infantil. 3 ed. Rio de Janeiro: Wak editora, 2007.

PIMENTA, Selma Garrido (orgs.). Saberes pedagógicos e atividade docente. 2 ed. São Paulo, SP: Cortes, 2000.

RAPPAPORT, Clara Regina. Psicologia do desenvolvimento. São Paulo: E.P.U., 1981.

segunda-feira, 23 de julho de 2007


UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
DCHT – CAMPUS XVI
PEDAGOGIA













“PENSAR GLOBALMENTE, AGIR LOCALMENTE”

Estudo sobre Educação Ambiental com os professores da rede municipal de ensino da cidade de Ibititá




Danilo Pereira Da Rocha















Irecê2006
INTRODUÇÃO


Este projeto tem como temática a formação de professores para Educação Ambiental, a pesquisa realizar-se-á na cidade de Ibititá, Bahia, com os professores da rede municipal de ensino. Tendo o titulo: “Pensar Globalmente agir localmente”, pois, para construção do anteprojeto, da pesquisa e principalmente da Educação Ambiental é necessário analise do contexto dos problemas sócio-ambientais de uma maneira global e local, para uma ação local, que emerge globalmente.


Esta temática é de enorme importância para a minha formação, e também para todos os educadores. A Educação Ambiental é essencial para solucionar a crise sócio-ambiental internacional, desenvolvendo nos educandos, e educadores, uma responsabilidade sócio-ambiental, possibilitando-os instrumentos para agirem na sociedade e no meio ambiente.


Os resultados da pesquisa serão de grande importância para a comunidade local, possibilitando uma melhoria no ensino de uma maneira geral, e em especial no desenvolvimento da Educação Ambiental, através da revisão das metodologias utilizadas e do próprio sentido da Educação Ambiental, passando de mero sentido preservacionista para um sentido mais amplo, que é a construção de uma nova concepção de um homem e por conseguinte de mundo.


Assim, o presente anteprojeto e a posterior pesquisa, possibilitara um melhor aprofundamento na Educação ambiental, nas praticas desenvolvidas em sua área e na formação dos educadores que a fazem, contribuindo para sua melhoria local e, construção global.



PROBLEMÁTICA


O homem durante séculos, e mais intensamente após a revolução industrial vem degradando a natureza. A ameaça de escassez de água e de outros recursos naturais é cada vez maior, o efeito estufa causado pela poluição da atmosfera tem aumentado a temperatura, podendo causar o degelo das calotas polares. Tudo isso e mais outros sérios danos são efeito de uma grave crise ambiental, que é reflexo de uma crise civilizatória fundamentada por uma concepção distorcida de que a natureza foi feita para o homem explorar e dominar, concepção que esta entranhada em nossa sociedade. Por isto, medidas paliativas como reflorestamento embora necessárias, não são a principal solução para a crise ambiental, ela esta baseada principalmente na mudança de concepção de mundo, de natureza e essencialmente de homem.


Os problemas ambientais só serão solucionados quando todos os seres humanos entenderem que fazem parte da natureza e que suas ações podem ter graves conseqüências para ambos, disto urge a importância de ter uma educação ambiental (EA) feita em todas as esferas da sociedade, mas principalmente nas escolas, institucionais socialmente aceitas e responsáveis pela formação da gerações mais novas, educando-as para a cidadania e para as escolhas profissionais. Cabe então uma responsabilidade aos professores: construir em suas praticas pedagógicas a EA, conscientizado seus alunos e ajudando a construir essa nova concepção.


Porem a grande maioria das instituições de ensino, aqui se inclui desde escolas de educação infantil ate as universidades, não tem responsabilidade sócio-ambiental. Alem disso os professores não são preparados para afazer uma EA., ela foi inserida a pouquíssimo tempo nos cursos de formação de professores, não chegando a maioria dos professores que estão em sala de aula. Uma realidade que esta presente também na cidade de Ibititá, onde há graves problemas sócio-ambientais, entre eles o desmatamento da flora nativa, redução da fauna, queimadas, poluição do solo, e dos lençóis freáticos pelo uso excessivo de agrotóxicos na agricultura, problemas que poderiam ser solucionados por uma EA, o fato é que emerge cada vez mais, globalmente e localmente, a necessidade de se construir uma EA.


Mas contudo os professores da rede municipal desta cidade constróem uma ínfima EA, baseada em projetos esporádicos, e com uma visão meramente preservacionista, desvirtuando do sentido da EA que é a construção de uma concepção de homem sócio-ambientalmente responsável. Partindo deste contexto construo o meu problema: como a ausência de formação especifica dos professores da rede municipal de ensino de Ibititá, tem contribuído para a dificuldade no desenvolvimento da educação em suas praticas?




OBJETIVOS GERAL


· Descobrir como a ausência de formação especifica influência o desenvolvimento da Educação Ambiental na rede municipal de ensino de Ibititá - Bahia.


Objetivos específicos


1- Conhecer as bases teóricas para construção de praticas pedagógicas voltadas para Educação Ambiental.


2- Analisar a formação dos professores da rede municipal de Ibititá






PRESSUPOSTO METODOLÓGICO


O estudo será realizado na cidade de Ibititá – Bahia, com os professores da rede municipal de ensino. Ele desenvolver-se-á como uma pesquisa de natureza exploratória e o tipo de delineamento a ser adotado será o de estudo de caso, consistindo no estudo profundo e exaustivo do objeto, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento.


Quanto aos procedimentos de coleta de dados consistirão em: primeiramente analise de documentos como, por exemplo, documentos oficiais que regulamentem a Educação ambiental e proposta curricular do município, alem de planos de aulas e projetos de atividades, também serão utilizados observações diretas das praticas dos professores selecionados, permitindo um conhecimento mais verdadeiro de suas praticas. Ainda serão utilizados questionários, a principal vantagem dos questionários, é o numero de pessoas que ele pode atingir, seu uso neste estudo possibilitará atingir todos os professores da rede municipal.


Contudo para melhor entender o objetivo, algumas questões serão aprofundadas em entrevistas elas serão parcialmente estruturadas. As entrevistas possibilitarão um contato mais próximo com os participantes da pesquisa, que levara obtenção de informações mais precisas.


A analise dos dados e evidencias extraídas ao longo da realização do estudo de caso receberam tratamento qualitativo e quantitativo de acordo com as especificidades de cada um. Para a abordagem quantitativa, os dados serão primeiramente classificados, possibilitando uma melhor organização destes para uma posterior tabulação.





FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA



Entender o que é educação é de grande importância para compreender a educação ambiental (EA), o livro “ O que é educação, de Carlos Brandão, nos dá a base para entender o quanto antigo e complexo é o processo educativo”. Nas comunidades primitivas a educação era feita de maneira espontânea, no curso das atividades da tribo, durante essa convivência os mais novos aprendia da sabedoria do grupo social e da tribo. A escola surge quando a comunidade se divide e começa a gerar hierarquias sociais, onde a diferentes graus de saber que correspondem desigualmente a diferentes categorias de sujeitos.


A educação é um processo extremamente complexo, ela vai alem de passar conhecimentos historicamente construídos para chegar na formação para a cidadania, acontecendo em todos os espaços da sociedade, contudo a escola constitui-se atualmente como o espaço da socialmente aceito para a sua pratica. Nas escolas a educação é intencional, feita para se atingir um determinado objetivo: formar as gerações mais novas. Mas que tipo de pessoas a escola quer formar?


A concepção de homem que temos na nossa sociedade, é de um homem afastado da natureza e sem nenhuma responsabilidade para com os problemas ambientais e suas conseqüências sociais. Com o objetivo de formar homens e mulheres ligados a natureza e com responsabilidade sócio-ambiental surge a Educação Ambiental(EA).


A EA faz do meio-ambiente e dos problemas sócio-ambientais base para o processo educativo. Alexandre Pedrini (1998) diz que a EA teria que ser um processo permanente porque a sociedade evolui rapidamente e se faz necessário que se adapte e reflita sobre esse processo e suas conseqüências sócio-ambientais, global e Interdisciplinar porque os problemas ambientais não tem fronteiras geográficas as fronteiras nacionais não impedem a poluição atmosférica, poluição fluvial ou marítima, destruição de florestas, etc. e nem de áreas do conhecimento. A EA é regulamentada no Brasil pela Lei n.º 9795, de 27 de abril de 1999, nela a EA é entendida como: “os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constróem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente”, tendo entre os seus princípios o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo.


Um grande problema para a construção da EA é a ausência de formação especifica dos professores que fazem, caindo grande parti em uma grande confusão conceitual sobre o que é a EA, alem disto, as ações em EA se reduzem a meras aulas de ciências ou biologia no seu conteúdo naturalista, excluindo outros campos do conhecimento humano, como a política e as ciências sociais. Para se ter uma EA de qualidade é necessário um professor de qualidade. Este deve ser buscado no aproveitamento dos que ai estão, e também do investimento na formação de novos professores.


Selma Garrido Pimenta(2000), professora de didática da USP, aponta a importância de construir a identidade profissional do professor, não como imutável, pois a profissão docente tem um caráter dinâmico como pratica social. Ela diz que é na leitura critica da profissão diante das realidades sociais que se buscam os referenciais para modifica-las. A analise da realidade social, veria os grandes problemas ambientais que implicam numa pratica voltada para EA. Uma identidade profissional se constrói, pois, a partir da significação social da profissão.


A formação de professores, tanto para a educação de uma forma mais ampla quanto para a EA tem que ser baseada nas experiências, seja ela como alunos ou como docentes. A pratica é o ponto de partida e chegada para a formação de professores, no meio desse caminhar se passa pelos saberes pedagógicos, que constituem-se com saberes sobre educação e sobre pedagogia, neles os professores podem encontrar instrumentos para se interrogarem e alimentarem suas praticas , confrontando-os. É ai que se produzem saberes pedagógicos, na ação .


Valorizar a pratica do professor, é de enorme importância para construir sua formação como educador ambiental, a partir daí dar-lhe instrumentos para analisar e reconhecer sua pratica, elaborando seus próprios saberes. A formação do professor possibilita refletir sobre sua pratica, na pratica e sobre a reflexão, possibilitando-o a se construir como professor continuamente. Já foi dito aqui do caráter dinâmico da profissão de docente, é essa reflexão que torna a profissão dinâmica, porque os alunos mudam, e principalmente a sociedade e suas necessidades mudam. A necessidade atual pede educadores ambientais.


A educação ambiental é um processo de humanização, que ocorre na sociedade humana com a finalidade especifica de torna os indivíduos participantes do processo civilizatório e responsáveis por leva-lo adiante. A educação ambiental enquanto pratica social é realizada por todas as instituições da sociedade, enquanto processo sistemático e intencional ocorre em algumas, dentre as quais se destaca a escola. A educação escolar, por sua vez, esta assentada fundamentalmente no trabalho do professor e dos alunos, cuja finalidade é contribuir com o processo de humanização de ambos pelo trabalho coletivo e interdisciplinar destes com o conhecimento. Assim, educar ambientalmente na escola significa ao mesmo tempo preparar as crianças e os jovens para se elevarem ao nível da civilização atual - da sua riqueza e dos seus problemas - para ai atuarem.









Referência:


BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação, São Paulo. SP: Brasiliense, 2005.

LEI nº9.795, de 27 de abril de 1999. disponível em: http://www.lei.adv.br/9795-99.htm acessado em: 20/07/2006.

PEDRINI, Alexandre de Gusmão(org). Educação Ambiental: reflexões e praticas contemporâneas. 2 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.

PIMENTA, Selma Garrido(org.). Saberes pedagógicos e atividades docente. 2 ed. São Paulo, SP: Cortes, 2000.

RUDIO, Franz Vitor. Introdução ao Projeto de Pesquisa Cientifica. 20 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1996.
este blog se destina há apresentação de trabalhos e relatos do meus estagio