segunda-feira, 23 de julho de 2007


UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
DCHT – CAMPUS XVI
PEDAGOGIA













“PENSAR GLOBALMENTE, AGIR LOCALMENTE”

Estudo sobre Educação Ambiental com os professores da rede municipal de ensino da cidade de Ibititá




Danilo Pereira Da Rocha















Irecê2006
INTRODUÇÃO


Este projeto tem como temática a formação de professores para Educação Ambiental, a pesquisa realizar-se-á na cidade de Ibititá, Bahia, com os professores da rede municipal de ensino. Tendo o titulo: “Pensar Globalmente agir localmente”, pois, para construção do anteprojeto, da pesquisa e principalmente da Educação Ambiental é necessário analise do contexto dos problemas sócio-ambientais de uma maneira global e local, para uma ação local, que emerge globalmente.


Esta temática é de enorme importância para a minha formação, e também para todos os educadores. A Educação Ambiental é essencial para solucionar a crise sócio-ambiental internacional, desenvolvendo nos educandos, e educadores, uma responsabilidade sócio-ambiental, possibilitando-os instrumentos para agirem na sociedade e no meio ambiente.


Os resultados da pesquisa serão de grande importância para a comunidade local, possibilitando uma melhoria no ensino de uma maneira geral, e em especial no desenvolvimento da Educação Ambiental, através da revisão das metodologias utilizadas e do próprio sentido da Educação Ambiental, passando de mero sentido preservacionista para um sentido mais amplo, que é a construção de uma nova concepção de um homem e por conseguinte de mundo.


Assim, o presente anteprojeto e a posterior pesquisa, possibilitara um melhor aprofundamento na Educação ambiental, nas praticas desenvolvidas em sua área e na formação dos educadores que a fazem, contribuindo para sua melhoria local e, construção global.



PROBLEMÁTICA


O homem durante séculos, e mais intensamente após a revolução industrial vem degradando a natureza. A ameaça de escassez de água e de outros recursos naturais é cada vez maior, o efeito estufa causado pela poluição da atmosfera tem aumentado a temperatura, podendo causar o degelo das calotas polares. Tudo isso e mais outros sérios danos são efeito de uma grave crise ambiental, que é reflexo de uma crise civilizatória fundamentada por uma concepção distorcida de que a natureza foi feita para o homem explorar e dominar, concepção que esta entranhada em nossa sociedade. Por isto, medidas paliativas como reflorestamento embora necessárias, não são a principal solução para a crise ambiental, ela esta baseada principalmente na mudança de concepção de mundo, de natureza e essencialmente de homem.


Os problemas ambientais só serão solucionados quando todos os seres humanos entenderem que fazem parte da natureza e que suas ações podem ter graves conseqüências para ambos, disto urge a importância de ter uma educação ambiental (EA) feita em todas as esferas da sociedade, mas principalmente nas escolas, institucionais socialmente aceitas e responsáveis pela formação da gerações mais novas, educando-as para a cidadania e para as escolhas profissionais. Cabe então uma responsabilidade aos professores: construir em suas praticas pedagógicas a EA, conscientizado seus alunos e ajudando a construir essa nova concepção.


Porem a grande maioria das instituições de ensino, aqui se inclui desde escolas de educação infantil ate as universidades, não tem responsabilidade sócio-ambiental. Alem disso os professores não são preparados para afazer uma EA., ela foi inserida a pouquíssimo tempo nos cursos de formação de professores, não chegando a maioria dos professores que estão em sala de aula. Uma realidade que esta presente também na cidade de Ibititá, onde há graves problemas sócio-ambientais, entre eles o desmatamento da flora nativa, redução da fauna, queimadas, poluição do solo, e dos lençóis freáticos pelo uso excessivo de agrotóxicos na agricultura, problemas que poderiam ser solucionados por uma EA, o fato é que emerge cada vez mais, globalmente e localmente, a necessidade de se construir uma EA.


Mas contudo os professores da rede municipal desta cidade constróem uma ínfima EA, baseada em projetos esporádicos, e com uma visão meramente preservacionista, desvirtuando do sentido da EA que é a construção de uma concepção de homem sócio-ambientalmente responsável. Partindo deste contexto construo o meu problema: como a ausência de formação especifica dos professores da rede municipal de ensino de Ibititá, tem contribuído para a dificuldade no desenvolvimento da educação em suas praticas?




OBJETIVOS GERAL


· Descobrir como a ausência de formação especifica influência o desenvolvimento da Educação Ambiental na rede municipal de ensino de Ibititá - Bahia.


Objetivos específicos


1- Conhecer as bases teóricas para construção de praticas pedagógicas voltadas para Educação Ambiental.


2- Analisar a formação dos professores da rede municipal de Ibititá






PRESSUPOSTO METODOLÓGICO


O estudo será realizado na cidade de Ibititá – Bahia, com os professores da rede municipal de ensino. Ele desenvolver-se-á como uma pesquisa de natureza exploratória e o tipo de delineamento a ser adotado será o de estudo de caso, consistindo no estudo profundo e exaustivo do objeto, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento.


Quanto aos procedimentos de coleta de dados consistirão em: primeiramente analise de documentos como, por exemplo, documentos oficiais que regulamentem a Educação ambiental e proposta curricular do município, alem de planos de aulas e projetos de atividades, também serão utilizados observações diretas das praticas dos professores selecionados, permitindo um conhecimento mais verdadeiro de suas praticas. Ainda serão utilizados questionários, a principal vantagem dos questionários, é o numero de pessoas que ele pode atingir, seu uso neste estudo possibilitará atingir todos os professores da rede municipal.


Contudo para melhor entender o objetivo, algumas questões serão aprofundadas em entrevistas elas serão parcialmente estruturadas. As entrevistas possibilitarão um contato mais próximo com os participantes da pesquisa, que levara obtenção de informações mais precisas.


A analise dos dados e evidencias extraídas ao longo da realização do estudo de caso receberam tratamento qualitativo e quantitativo de acordo com as especificidades de cada um. Para a abordagem quantitativa, os dados serão primeiramente classificados, possibilitando uma melhor organização destes para uma posterior tabulação.





FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA



Entender o que é educação é de grande importância para compreender a educação ambiental (EA), o livro “ O que é educação, de Carlos Brandão, nos dá a base para entender o quanto antigo e complexo é o processo educativo”. Nas comunidades primitivas a educação era feita de maneira espontânea, no curso das atividades da tribo, durante essa convivência os mais novos aprendia da sabedoria do grupo social e da tribo. A escola surge quando a comunidade se divide e começa a gerar hierarquias sociais, onde a diferentes graus de saber que correspondem desigualmente a diferentes categorias de sujeitos.


A educação é um processo extremamente complexo, ela vai alem de passar conhecimentos historicamente construídos para chegar na formação para a cidadania, acontecendo em todos os espaços da sociedade, contudo a escola constitui-se atualmente como o espaço da socialmente aceito para a sua pratica. Nas escolas a educação é intencional, feita para se atingir um determinado objetivo: formar as gerações mais novas. Mas que tipo de pessoas a escola quer formar?


A concepção de homem que temos na nossa sociedade, é de um homem afastado da natureza e sem nenhuma responsabilidade para com os problemas ambientais e suas conseqüências sociais. Com o objetivo de formar homens e mulheres ligados a natureza e com responsabilidade sócio-ambiental surge a Educação Ambiental(EA).


A EA faz do meio-ambiente e dos problemas sócio-ambientais base para o processo educativo. Alexandre Pedrini (1998) diz que a EA teria que ser um processo permanente porque a sociedade evolui rapidamente e se faz necessário que se adapte e reflita sobre esse processo e suas conseqüências sócio-ambientais, global e Interdisciplinar porque os problemas ambientais não tem fronteiras geográficas as fronteiras nacionais não impedem a poluição atmosférica, poluição fluvial ou marítima, destruição de florestas, etc. e nem de áreas do conhecimento. A EA é regulamentada no Brasil pela Lei n.º 9795, de 27 de abril de 1999, nela a EA é entendida como: “os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constróem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente”, tendo entre os seus princípios o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo.


Um grande problema para a construção da EA é a ausência de formação especifica dos professores que fazem, caindo grande parti em uma grande confusão conceitual sobre o que é a EA, alem disto, as ações em EA se reduzem a meras aulas de ciências ou biologia no seu conteúdo naturalista, excluindo outros campos do conhecimento humano, como a política e as ciências sociais. Para se ter uma EA de qualidade é necessário um professor de qualidade. Este deve ser buscado no aproveitamento dos que ai estão, e também do investimento na formação de novos professores.


Selma Garrido Pimenta(2000), professora de didática da USP, aponta a importância de construir a identidade profissional do professor, não como imutável, pois a profissão docente tem um caráter dinâmico como pratica social. Ela diz que é na leitura critica da profissão diante das realidades sociais que se buscam os referenciais para modifica-las. A analise da realidade social, veria os grandes problemas ambientais que implicam numa pratica voltada para EA. Uma identidade profissional se constrói, pois, a partir da significação social da profissão.


A formação de professores, tanto para a educação de uma forma mais ampla quanto para a EA tem que ser baseada nas experiências, seja ela como alunos ou como docentes. A pratica é o ponto de partida e chegada para a formação de professores, no meio desse caminhar se passa pelos saberes pedagógicos, que constituem-se com saberes sobre educação e sobre pedagogia, neles os professores podem encontrar instrumentos para se interrogarem e alimentarem suas praticas , confrontando-os. É ai que se produzem saberes pedagógicos, na ação .


Valorizar a pratica do professor, é de enorme importância para construir sua formação como educador ambiental, a partir daí dar-lhe instrumentos para analisar e reconhecer sua pratica, elaborando seus próprios saberes. A formação do professor possibilita refletir sobre sua pratica, na pratica e sobre a reflexão, possibilitando-o a se construir como professor continuamente. Já foi dito aqui do caráter dinâmico da profissão de docente, é essa reflexão que torna a profissão dinâmica, porque os alunos mudam, e principalmente a sociedade e suas necessidades mudam. A necessidade atual pede educadores ambientais.


A educação ambiental é um processo de humanização, que ocorre na sociedade humana com a finalidade especifica de torna os indivíduos participantes do processo civilizatório e responsáveis por leva-lo adiante. A educação ambiental enquanto pratica social é realizada por todas as instituições da sociedade, enquanto processo sistemático e intencional ocorre em algumas, dentre as quais se destaca a escola. A educação escolar, por sua vez, esta assentada fundamentalmente no trabalho do professor e dos alunos, cuja finalidade é contribuir com o processo de humanização de ambos pelo trabalho coletivo e interdisciplinar destes com o conhecimento. Assim, educar ambientalmente na escola significa ao mesmo tempo preparar as crianças e os jovens para se elevarem ao nível da civilização atual - da sua riqueza e dos seus problemas - para ai atuarem.









Referência:


BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação, São Paulo. SP: Brasiliense, 2005.

LEI nº9.795, de 27 de abril de 1999. disponível em: http://www.lei.adv.br/9795-99.htm acessado em: 20/07/2006.

PEDRINI, Alexandre de Gusmão(org). Educação Ambiental: reflexões e praticas contemporâneas. 2 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.

PIMENTA, Selma Garrido(org.). Saberes pedagógicos e atividades docente. 2 ed. São Paulo, SP: Cortes, 2000.

RUDIO, Franz Vitor. Introdução ao Projeto de Pesquisa Cientifica. 20 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1996.

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